sexta-feira, 15 de maio de 2009

One "E Agora?"

Sento-me aqui em mais uma madrugada de insónia provocada a tentar ocupar uma mente demasiada cheia de ócio para o que está habituada, navegando pelas águas deste mundo virtual procurando ver os produtos da indústria televisiva norte-americana, sempre cheia de fantasia e de alguns conceitos filosóficos interessantes o suficiente para me debruçar algumas horas a passear por mundos que não são os meus, quando me apercebo que este mundo entra, como todos os anos, numa pausa que provoca em alguns ansiedade e insatisfação pelos enredos deixados pendurados para a próxima temporada. E então sinto a convulsão de cá voltar para escrever sobre o porquê de afinal, me encontrar neste estado de letargia mental provocada pela crise mundial e algumas decisões mais ou menos pouco ou não acertadas e encontro-me a ponderar os reais motivos de assim estar. Na realidade, este estado poderei arrogantemente ou não dizer que será por minha culpa, causado por erros de outros mas mal digeridos por mim levando inevitável ao choque de ideias que direi terão sido mal geridos por mim. Se bem que por todos os motivos não deixaria de ter a minha razão poderei em fim dizer que poderia ter reagido de forma diferente e talvez não me encontrasse nesta situação. Na verdade, se bem que tento passar uma imagem de força e inabalável certeza de que não estou arrependido, para alguém cuja mera ideia de estar parada é aflitivo, é quase que impossível não deixar de pensar que poderia ter agido de uma outra forma. Mas ficar parado a pensar no passado nunca fez bem a ninguém e ,ciente e perfeitamente devoto a essa ideia, uma questão preponderante se levanta. E agora? Agora, desabituado a estar tanto tempo parado e sem emprego, sem lembrança por nunca de antes ter acontecido, de falhar em tantas entrevistas ou pela sorte não me ter ainda bafejado o seu doce aroma, aventuro-me por pensamentos de inaptidão e de tristeza por estar preso em casa para evitar despesas, afastado do meu mundo, da cidade que durante a noite me acolhe e penso o que poderei fazer? Emprego? Está difícil! Estudar? Sem dinheiro para propinas é complicado seguir o sonho de tirar o curso que sempre quis. E assim, é inevitável regressar ao passado e pensar e repensar as decisões que aqui me trouxeram. Eu, que tantas vezes gozo com a expressão "E se...", respondendo arrogantemente "Se a minha avó tivesse rodas era um autocarro", debruço-me sobre essa mesma pergunta. Tento afastar de mim esse pensamento, tentando construtivamente desenhar uma plano de salvação mas como nem tudo depende de mim, arquitectar uma saída acaba por ser ainda mais difícil. Mas como sempre sei o que é mais importante se bem que muitas vezes reprimido por mim. E tento repetir sem fim "E agora?" na esperança que uma luz se faça e esta escuridão que cada vez mais de mim se aproxima se desfaça e o caminho do meu destino se abre de lés a lés renovando a esperança de um dia poder realmente ser feliz.

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