quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Décimo Primeiro

A beleza da paixão e do amor é das quais inacreditáveis em que acreditamos quando estamos sobre a influência do seu doce odor. A nossa vida parece insignificante e incompleta se aquele parte da qual nós achamos não conseguir viver na sua ausência. A amarga consciência dum coração partido faz-nos olhar bem melhor a nossa volta e proteger o nosso frágil coração, tão mais frágil por ser nosso. Fugimos e escudamos a nossa tristeza quando as ilusões, que não passam só disso, caiem redondas por terra e todo o nosso mundo se abala treme e esmorece na pálida verdade daquela dor tão aguda que sentimos no peito. A insaciabilidade do motivo, o eterno porquê a pairar sobre a nossa alma destruída e moribunda qual abutro deliciada com o corpo desfalecido dum caminhante do deserto. A sapiência do refúgio emocional que nos ajuda a carpir as feridas e lamber o sangue derramado qual fera ferida. A longinqua paz de alma que parece não querer chegar... Tudo isto sentido num ano. Um ano meu. 365 dias. 8760 horas.525600 minutos dedicados só a masoquista saudade e ao sadismo de te recordar. Não te consigo apagar. Não sei como o fazer. Era mais fácil saber esquecer. Mas é mais sábio saber erguermo-nos das cinzas. Assim dos despojos da dor, algo de bom pode acontecer.






Dedicado ao dia 29 de Outubro de 2006, aquela madrugada em que marcaste a minha alma com a dor de não te saber esquecer....

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