quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Nono

Não quero viver a minha vida eternamente refém de sentimentos do passado mas receio estar demasiado preso a convecções emocionais que não me permitem avançar. Por mais supra-humano que queira ser, as caracteristicas básicas da humanidade permente em mim revelam-se nas piores alturas possíveis. Nunca quis ser considerado normal. Sempre quis ser diferente e agora vejo-me numa posição em que nada do que possa fazer vai alterar esse ponto de vista. Sinto me um autêntico zombie, preso a uma rotina diária de casa-trabalho, trabalho-casa tão cansativo como aborrecido. A minha mente divaga para os momentos de felicidade de que gosto de pensar ter gozado pela minha ainda curta estadia por este mundo, esquecendo que estou no emprego ou em casa, esquecendo as minhas obrigações sociais, morais ou familiares elevando o meu egocentrismo a ignorar tudo o resto e a centrar as minhas atenções apenas naquilo de que eu preciso. Tenho perfeita noção que de facto todas as ditas misérias que por já passei sofrem em minoria com o resto do mundo mas ouvi dizer uma vez e correctamente que as nossas dores por mais ou menos fortes que sejam são sempre piores que as dos outros porque são nossas. Acredito piamente nisso. Todos me olham de lado, tentando analisar a estranha e caricata figura que entra de rompante por qualquer sitio por onde passa, umas vezes perfeitamente vagabundo, outras arranjado ao exagero. E, no entanto, nada disso me aflige. Nada do que essas mentes pequenas e limitadas pensam ou dizem sobre mim me afecta. Já deixei de sentir esse tipo de abominavel exclusão social. Sou melhor que todos eles. Tenho consciência de como mundo é, como mundo foi e de como o mundo poderá ser e nenhum deles pára para pensar nestes pequenos detalhes. Sei sempre de onde vim e para onde vou, mas principalmente onde estou. E onde estou agora é num lugar escuro, iluminado apenas por um brecha na parede que me envia um último reduto de luz para tentar acordar a chama que tinha em mim. A chama de que preciso para acordar o meu intelecto e a vontade de avançar que em tantos anos foi caracteristico da minha pessoa. Agora que sei mais do mundo e da capacidade inata das pessoas serem mesquinhas adopto uma visão do mundo mais fria, muito mais real. Não fantasio tanto, não tenho tanta esperança de acabar a minha história com o famoso "....e viveram felizes para sempre!" pois neste dialecto de conto de fadas apenas existe espaço para a normalidade, para o comum e socialmente irrefutável. Eu não sou nenhum deles! Sou uma pessoa extremamente complicatada e completamente anti-social no sentido menos lato da palavra. Mas sinto me só! Talvez cada vez mais... Sinto que estou só num pequeno mundo só meu em que apenas eu e as minhas cada vez mais remotas fantasias são capazes de sobreviver. E, enquanto toda a lógica me desafia a negar as evidências sociais, humanamente erradas, uma parte de mim luta para integrar uma sociedade podre e decadente com a qual de todo me identifico. Limito-me, não me desafio. Retraio-me e ignoro! Não tento avançar! Por vezes quero apenas misturar me com a multidão e ser esquecido. Mas não consigo! Eu sou eu e isso é mais forte que qualquer sentimento redutor que possa sentir. O dever do ser humano é louvar toda a evolução que sofreu e mirar a evolução na linha do horizonte. Não é curvar-se perante o status quo e deitar-se a sombra de paradigmas antiquados que nos prendem a um futuro em que o planeta está doente e sofre com a nossa falta de visão. E com todas estas questões ainda me sobra tempo para comemorar o facto de me manter tão incrivelmente acordado num mundo que tende a adormecer as pessoas. E ainda tenho tempo para sofrer! Como sempre, como dantes! E se por mero acaso vieres ler.....


Não te esqueci nem consigo! O sentimento é diferente! Não sei ainda o definir! Não sei se raiva não sei se saudade! Mas sei que um dia o nosso caminho se vai cruzar novamente e os tremores que sentia nas pernas quando te via vão ainda dar um ar de si mas manterei um ar sereno e pacifico. Fazes me falta! A minha alma chama a tua! A tua não responde! O que me fere será mais não saber o porquê! PORQUÊ? De tantas pessoas no mundo porque me escolheste a mim para magoar? Se não gostavas realmente de mim porque não me negaste a tua presença quando te dei a oportunidade? Porque insististes num perdão que não querias? Porque me deixaste o coração a olhar de lado a todo aquele que me quer conhecer? Estou frigido por tua culpa! Mas fazes me tanta falta!...



Aos fieis ei o vosso nono post para lerem e comentarem!

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