quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Three Erros e Perdição

Tenho 25 anos. Vivo no Porto. Chamo-me Jorge. Sou irresponsável.

Seria fácil descrever todos os momentos que me trouxeram a este em que estou a escrever. Pior seria fazer entender alguém o porquê de tudo isto ter acontecido. Nos últimos cinco anos o miúdo inocente que sonhava encontrar o amor, viajar e ser feliz foi morrendo até desaparecer inteiramente. Nem eu próprio me reconheço no espelho portanto não será de admirar que muita gente à minha volta também se sinta perturbada pela minha mudança. Confesso-me. não foi nos melhores termos. De menino mimado com medo de tomar riscos passei a um adulto irresponsável que nem no meu próprio bem penso. Desiludi muita gente ao longa da minha vida. Os meus pais que sonhavam algo de melhor para mim, os meus irmãos traídos pela minha falta de consideração que os faz pagar pelos meus erros, alguns amigos que não entendem o porquê do meu desaparecimento ou das minhas tiradas de raiva e insatisfação, os meus amantes por ser o mais ingrato que poderiam encontrar mas principalmente acho que falhei perante mim mesmo. Deixei que medos ridículos de auto-confiança reduzida me retirassem tudo o de melhor que tinha para substituir por dogmas ultrapassados, teorias escandalosamente estranhas, uma forma de vida feliz por uma em que não sei o meu próprio caminho. Esperava que alguém me retirasse do fosso e a minha vida fosse uma mar de rosas qual romance tirado quentinho duma sala de cinema. A minha inaptidão para ser independente de outros e viver a minha vida causou o caos absoluto e o escurecimento da minha alma. Perdi a minha fé em seja o que for por ter a mania de confrontar tudo o que me aparece a frente. Desafiei Deus ele mesmo a provar que existia. E agora? Agora estou a sofrer as consequências de todos os meus erros. Solidão. Tristeza. Aborrecimento. Apatia. Isolamento. Perdi tudo. Devo tudo. Estou literalmente na merda. E assim mesmo não consigo mudar. O que é que eu tenho de mal? Se apesar de tudo o que sinto não consigo mudar, só prova que realmente só tenho mesmo garganta quando digo que sou inteligente. Inteligência pressupõe aprendizagem e o melhor método para aprender é a tentativa erro claramente não aprendi nada. A minha vida são neste momento imagens difusas, entrelaçadas com outras, corridas efémeras para um destino sem sentido, num desenfreio para que o dia acabe mais depressa e a minha destruição termine por mais umas horas de sono. Rumo muitas vezes pela cidade sem destino, procurando encontrar o que perdi. Em retrospectiva até as coisas mais agressivas que me aconteceram são só culpa minha. Os roubos, os assaltos, os amores assassinados por homens mais aproveitadores, tudo porque estava no sitio errado por minha vontade. Na realidade é tudo culpa minha. Erros cometidos uma e outra vez sem consideração por mim nem pelos outros e agora estou aqui a lamentar-me para uma audiência ausente. A pensar como errar de novo...e cair na perdição definitivamente...

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