segunda-feira, 3 de março de 2008

3 Tempo Inútil

Hoje vi tudo o que fiz a mim mesmo em reflexão do que os meus olhos viram! Um pequeno momento de absoluta lucidez perante infâmia que já mais esquecerei. Vi algo que despertou em mim a ansiedade de algo que já há muito tinha perdido! Por comparação, vi a merda da vida que tenho levado e o quão inútil tem sido o meu tempo neste Terra. Sou um romântico! Resumo a vida a uma ponto de absoluta harmonia interior em que tudo é permitido e em que o proprio ser humano vê como inútil limitações para desejos tão básicos como o amor. Sou assim! Sempre fui! Vejo o romance em tudo sendo péssimo no entanto a concretizar. Mas hoe vi aquilo que estou a perder! Aquilo que perdi com a inutilidade do tempo fostigado pela incerteza do que o amor realmente é! Vi a absoluta condição de te entregares nos braços de alguém e o sentimento ser reciprocuo. Tão que o raciocinio era quase igual, comunicação feita por meias frases. Olhando para este momento em que dois se esquecem de tudo e se entregam é quase que peturbador para mim! Sentados dois bancos à minha frente, no autocarro que me levava para casa, estavam dois rapazes bastante tipicos, bastante agradáveis ao olhar, a conversar. Vinham do Fantasporto, como constatei na pequena saca com publicidade ao festival e um livro de fotografia e falavam entre si com uma cumplicidade que parecia único. O mundo parecia estar a sua volta e na descomplexidade do momento um deles, bem parecido de brinco com ar de "bad-boy", coloca mesmo o braço, num gesto revelado como bastante intimo e conforto entre ambos, por de trás das costas do outro, abraçando-o e chegando-o para si. Pela linguagem corporal e pela maneira como interagiam percebi algo. Mas logo não me manifestei. Sentados mais a frente um bando de grunhentas, sem temor o digo, riam e comentavam a homossexualidade como se uma doença não olhando para a terrível e perigosa doença que ostentava sem parecer uma ofensa. Os rapazes não reagiram e continuaram entregues a sua quimica tao especial. A verdade é que quando o bando de incapazes se levantou e saiu, os dois trocaram de imediaro um longo e apaixonado beijo, fazendo elevar os apupos dos grunhos que sairam. Eu baixei a cabeça e sorri. Tentei não dar a entender que tinha visto mas sorri. Não pareceram nada envergonhados e depois continuaram entregues a si mesmo, muito provávelmente gozando eles com a cara de idiotas com que os outros ficaram na paragem. eu sorri. por dentro e por fora. e depois enegreci e senti o monstro frio da inveja a me atravessar. aquilo! era só aquilo que eu queria. E por tudo o que fiz na obsessão por a ter, acabei por me perder e afastar mais ainda do que queria. Mas senti que o Mundo estava a mudar. Senti que as pessoas se começavam a ter mais coragem para se assumir. Mas olhei para mim e para tudo o que estava a perder. E parei e...parei!...Apenas parei.



1 comentário:

Anónimo disse...

Assumir-se em público é não só um acto de grande coragem, como de grande ousadia. I, at least, don't dare, and I'm glad there are some lions out there.

Talvez a obsessão não ajude... let it flow. Someday it may come. Maybe. Mas que é a vida sem o sonho?

Abraço,
Pedro