quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

2 Solidão

Na Lua que agora se levanta vejo mais um dia que termina. O frio que me contrai os musculos e me dificulta a chegada do sono, sinto a minha vida tal como ela é. Só, fria. Todos a minha volta mudaram. Viram a vida com outros olhos, partiram em novas aventuras, novas tarefas, novos amores e novos caminhos. Mas eu parece que ainda tenho 16 anos. O meu mundo interior está cheio de sonhos e fantasias cuja realização é impossível. Mas alimento-os porque acabam por ser a única razão de continuar. Todos me vêem como estranho, o individuo que se afasta e destaca sempre por ser ridiculo e distante. Mas já deixei de me importar com isso há muito tempo. Já passei por tudo isso antes e criei as resistências que precisava para ultrapassar todos os golpes psicológicos que possam imaginar. Aprendi a ver o ser humano como inatamente cruel, feroz, capaz de devorar adversários sem a minima piedade. Vejo a raça humana como uma raça em declinio. Cuja mentalidade não muda, não evolui. Apenas quer sobreviver e não viver. O desespero dos nossos dias em que se trata dum mundo baseado em riqueza não em felicidade. Também me envolvi nesse mundo. Muitos dos meus valores partem da ganância, da riqueza e do poder. Mas sou uma pessoa que acredita na felicidade nesses termos. Apenas os vejo como meios para atingir um fim. Outro modo houvesse e concerteza seria o primeiro a partir nesse mar nunca d'antes navegado. E com toda a certeza iria gostar...

Assim e não sendo doutra forma possível racionalizo o meu comportamento como sub-produto duma sociedade podre e decadente de onde não posso fugir pois é nela que as pessoas cujo amor tenho incondicionalmente estão e vivem e se gerem. Não posso fugir daqui. Não posso sair. Estou preso num corpo, numa idade, numa vida, num mundo que não gosto e sem método para fugir. Mudo apenas o que posso. O que não posso terei de aceitar... quer queira quer não!




1 comentário:

Anónimo disse...

Depois da alvorada, a solidão? Algo falhou entretanto...

Percebo porque te queres identificar com o Brian, mas tens demasiado Michael em ti. Ainda bem.

Fico à espera da Alvorada - Parte II.