domingo, 9 de dezembro de 2007

Décimo Terceiro

A solidão começa a assentar... Tudo parece bem com aquela sensação quase que como um eco ao fundo duma montanha de que nem tudo está bem. Passou um ano, sarei as feridas e podei os espinhos das rosas que se diziam parte do meu canteiro. Agora resto eu e um punhado de amigos que me vão alegrando o dia mas nunca preenchendo o vazio que ainda sinto. Parece que quem eu quero foge de mim como o diabo da cruz. Amaldiçoado? Calha bem sendo a décima terceira vez que me dirigo aos meus leitores com contos mais ou menos dessimulados da minha vida. Mas ganhei força, alguma coragem e resistência. Nem tudo me deita abaixo agora. Sei sempre que cada vez que caia tenho sempre como me levantar aos ombros de quem nunca me falhou e que sempre comigo estiveram apesar de por vezes não desejar a sua companhia. Mas isso é já o eterno solitário dentro de mim a falar. Posso ser o que quiseremm cinico, até frio mas não me podem acusar de não ser honesto e verdadeiro pois mesmo através das minhas falhas maiores consigo ver o mundo como ele é verdadeiramente. Sei que superar as minhas próprias fraquezas é algo herculeano mas na verdade é o que fazemos todos os dias em todos os pequenos gestos. Aprendi a ler a vida melhor agora que já sei onde o extremo da dor fica. Não fujo dele. Olho-o no horizonte e penetro no ramal dos seus embaraçantes delirios e fico a espera que o sol brilhe sobre a escuridão seja sacudida pela sua radiante luz. A noite continua minha companheira mas talvez agora menos lugubre que anteriormente. Não tem o sentimalismo que tinha mas revejo me na sua solidão e na sua ausência de protecção. Espero que a alvorada se erga rapidamente e o sol que espero que brilhe em mim e para mim não tarde. O coração congelado que agora descongela vagarosamente pode não sobreviver a prenoitada.

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