domingo, 29 de julho de 2007

Quarto

Como é que alguém recupera a motivação? Como é que olha para a frente e espera que o futuro nos sorria quando não fazemos mais nada se não lamentar o presente? Muitas vezes desespero comigo mesmo pela incapacidade que tenho de me superar a mim mesmo sabendo que o posso fazer... Não ponho as minhas reais capacidades em funcionamento e queixo-me constantemente dos problemas que tenho quando a maior parte deles foram criados por mim mesmo. Saio para a rua pensativo olhando para a Lua Cheia e o no que ela me afecta tentando controlar os impulsos que me levaram a cometer os mesmos erros que tento evitar agora. Sempre vi a minha vida como um dom depositado em alguém cujo talento ou vontade de o usar é dum tamanho desperdicio. Por vezes, só por vezes mas as vezes suficientes.... Fugir de mim e dos outros para me tentar encontrar talvez não seja o melhor meio de "lamber feridas" abertas com a ajuda de membros menos honestos da minha vida amorosa. Aprisionar-me num genero de acampamento urbano preso na cidade que desde que aqui moro amaldiçoo pela falta de vida e cosmopolismo, factores que levaram a decadência da minha alma...E olhando para tudo isto,penso como vou recuperar o entusiasmo? Sinto-me prisioneiro de mim mesmo, ocultando de mim o que realmente tenho que fazer para ultrapassar esta fase e avançar... Talvez perdoar? Mas a mim mesmo pelos erros que cometi e que tanto dano me causaram. Talvez assim consiga a paz de espirito e a clarividência que tanto anseio e que outrora tive e apreciava...Talvez assim o dinamismo e curisosidade natural venham de novo a superficie e me levem ao proximo nivel... Mas perco-me nas opções...São tantas... Posso tentar recomeçar outra vida longe de tudo que conheço e amo e tentar dos escombros de mim mesmo reconstruir algo melhor... Posso ficar e mas mudar de vida, de casa, de ambientes de tudo... Mas por mais que negue e queira recusar tenho uma coisa tipicamente portuguesa pelo menos que me prende e segura aqui, a saudade. Revejo-a todos os dias nas paredes de minha casa, nas fotografias, em recordações e momentos...Num abraço, num beijo, num berro, numa discussão... Estou parado há muito tempo... E a mente não pára... Pensa daqui... Pensa dali... Pensa... Pensa... Pensa... Pensa demasiado... Sempre foi o meu problema... Não vivo o momento, não anseio por aqueles detalhes, procuro sempre a imagem maior de mim mesmo e esqueço-me que afinal, como se diz no filme "God is in the rain..." e se calhar é lá mesmo que preciso de me encontrar...

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